Sempre que conversamos com empresas interessadas em investir em comunicação, destacamos uma questão essencial que muita gente ignora: a importância de mostrar as pessoas que estão por trás da marca. Mas por quê? Não basta mostrar que a empresa oferece um ótimo serviço, excelentes produtos e uma marca forte? A resposta é simples e direta: não.
Experimente contar quantas marcas você vê em poucos minutos de navegação na internet e nas redes sociais. Dezenas, centenas… Mas quem faz essas marcas existirem, terem sentido, criarem uma experiência única para seus clientes? A grande maioria está escondida sob descrições genéricas como diretoria ou colaboradores. Isso faz com que a marca se torne mais uma em meio a inúmeros logotipos e marcas de tamanhos e cores diferentes, todas gritando ao mesmo tempo: “compre”, “peça aqui”, “olhe nosso produto”. O consumidor, hoje, espera algo mais. Quer ser ouvido e cativado.
A comunicação há muito deixou de ser unilateral, numa relação emissor-receptor. Tornou-se um diálogo, um processo de construção de narrativas nas quais devem existir personagens. Grandes marcas, como Natura, Itaú, P&G e Virgin (do britânico Richard Branson, na foto que ilustra esse artigo) sabem disso e usam, com muito sucesso, o storytelling, que nada mais é do que uma maneira de contar uma história de forma relevante, usando recursos de audiovisual e um roteiro que despertem emoção, cativem e crie identificação com seu público.
Para conquistar essa identificação com mais eficácia, pode-se usar um ou mais personagens reais, que representem a marca e transmitam, acima de tudo, confiança, integridade, honestidade. Seja um funcionário ou o fundador da empresa, é fundamental que haja uma história para contar. Que transporte o espectador para aquela história e para dentro da empresa/marca. Cria-se, assim, um vínculo emocional que permanecerá.
Os exemplos podem ser muitos. Imagine um restaurante divulgando seus produtos, com fotos de belos pratos e imagens das mesas e decoração. Quantas vezes você já viu isso? Incontáveis. Agora imagine o dono do restaurante contando, num vídeo, como o negócio surgiu: as lembranças de infância mostrando a avó cozinhando seu prato preferido, num ambiente familiar e de emoção, que o fez amar a gastronomia e levar adiante o sonho de relembrar dessa avó a cada dia, em seu restaurante. E todos que um dia tiveram uma avó amorosa, entrarão naquele restaurante e lembrarão das imagens vistas no vídeo.
É disso que se trata: não ser apenas uma marca, mas apresentar a razão dessa marca existir.